Cherreads

Chapter 42 - Ponderações Antes da Luta 1

Pov Maxuel

Avançamos com cautela pela floresta até chegarmos a cabana. Diferente da primeira vez, em que levamos horas pra chegar, dessa vez foi rápido. Pouco mais de meia hora, logo escolhemos pontos para armar as barracas simples.

Seria bom se todos pudéssemos dormir dentro da cabana, mas mesmo todos dormindo no chão e até na escada, não teria lugar para todos. Afinal além dos integrantes combatentes normais, nos também trouxemos pessoas comuns pra ajudar a organizar nosso "pequeno" grupo de ataque.

Contando com eles seriamos quase 23 pessoas, talvez até mais de 30 (nunca fui muito bom de contar). Estritamente falando, talvez até tivesse espaço na cabana, mas não seria nada confortável, e antes de uma luta importante como essa, estar bem descansado é uma exigência inviolável (quando pode ser cumprida).

Portanto todos decidimos acampar do lado de fora e usar a a cabana como centro de comando. Nem os líderes dos grupos aceitaram dormir nas camas. Oque até faz sentido, afinal elas seriam um recurso importante para os feridos.

Já a cozinha poderia ser usada sem problemas, segundo oque a mulher macho disse. A sala de jogos seria usada como uma área de pesquisa. Pesquisar oque?, não tenho ideia.

– Ei cabeça de terra, oque está fazendo com essa cara.

Meu irmão perguntou vindo de não sei onde, as vezes ele faz isso, uma das várias características irritantes nele.

– Nada de mais, só pensando.

– Então é melhor tomar cuidado, se pensar de mais a cabeça vai esquentar muito e você não seria mais um cabeça de terra, mas um cabeça de pedra mesmo.

Eu realmente tenho vontade de quebrar a cara dele em horas assim. Mas sei o porque ele estava fazendo isso, pelo mesmo motivo que eu geralmente faço minhas piadas, distração e segurança.

Mesmo que nosso plano (que ainda nem existe na verdade) contra os goblins fosse bom, em uma luta você nunca tem garantias deque as coisas vão acontecer como você quer. Adaptação e flexibilidade são impreciseniveis nessas hora, qualidades que infelizmente eu não tenho muito.

Prefiro uma abordagem direta e que garanta o sucesso, seje atacando ou defendendo. Infelizmente essa não é uma situação que dá pra fazer só uma das coisas.

– Não precisa fazer essa cara, nos vamos conseguir vencer os goblins e quem sabe talvez até iremos conseguir ir nesse tal novo andar.

– Honestamente não é com os goblins que eu me preocupo.

Disse olhando para trás, bem para trás, além das árvores, dos animais e dos monstros da Provação. Para o grupo de cavaleiros e magos que apareceram hoje, se eu não soubesse como a magia funcionava diria que eles teriam brotado do chão.

Era estranho, muito estranho, pelo menos para mim, que justamente no mesmo dia que decidimos tentar um ataque contra os goblins. Um grupo da ordem de magos que fracassou miseravelmente na última expedição, tivesse aparecido e praticamente exigindo/forçado o direito de tentar um novo ataque concentrado na Provação.

Eles terem o apoio de uma pequena parte do exército privado do Barão não ajudava com minhas preocupações.

Agora que sabiamos oque estava em jogo para Anna e a família dela, qualquer presença que lembrasse remotamente do Barão me deixava apreensivo e com raiva.

Vendo meu olhar e entendendo imediatamente oque ele queria dizer, meu irmão geralmente calado disse.

– Não precisa se preocupar com eles, parece que o senhor Lavier já tinha imaginado que uma coisa dessas poderia acontecer.

Eu levantei uma sobrancelha, tenho certeza que não tinha ouvido nada desse tipo de coisa.

– Claro que não ouviu, você não é exatamente o melhor no quesito segredo, irmãozinho.

A vontade de dar um murro na cara dele voltou, com mais força agora.

– Bom eu também não sei bem oque ele fez para se precaver, mas tenho certeza que não é algo com o qual precisemos nos preocupar. Nunca que ele faria qualquer coisa que pudesse fazer mau para Anna.

Verdade, era difícil encontrar um pai que mimasse a filha como o senhor Lavier, ainda mais que sempre conseguia manter o delicado equilíbrio de mimar mas não deixar ela virar uma pirralha condescendente e arrogante, igual vários dos cavaleiros que ficaram para trás.

– Eu sei, mas isso também me faz questionar como o senhor Lavier poderia ter caído em alguma artimanha do Barão. Sério é do senhor Lavier que estamos falando!. Esse é o tipo de coisa que ele consegue ver há quilômetros de distância, por que ele não viu!!!!????

Eu quase explodi em um grito de frustração.

–.... Eu não sei, e não sei se quero saber. Só sei que as coisas estão assim, e só vão mudar com a nossa ajuda. Então deixe de se preocupar com algo que já aconteceu, deixe de pensar noque pode acontecer, e se concentre no que está acontecendo agora. E naquilo que concerteza vai acontecer pelo que vamos fazer nesse exato instante.

Odeio admitir mas ele sabe ser convincente quando quer, ainda que repetitivo e um pouco desarticulado.

– Certo cabeça de vento vou deixar de ser tão deprecivo.

Disse enquanto me levantava.

– E oque é que devo fazer? Você não veio aqui só pra me ver e dar um pequeno discurso não é?.

– Não. Vem, temos que nos preparar.

– Os batedores já voltaram? Já fizeram um plano?.

Meu irmão não olhou nos meus olhos quando respondeu de forma invasiva.

– Bom.... é quase isso.

Por algum motivo não gostei de para onde as coisas estavam indo.

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Pov Connor

– Pode repetir oque disse senhor Connor.

Senhor Piqval perguntou suando.

Estávamos na sala de jantar da cabana, todos os líderes e os meus amigos estavam junto. Nenhum deles feliz com o relatório que eu tinha trazido.

– É como eu disse, o número de goblins quadruplicou, e parece que eles teriam algum tipo de mago e arqueiros além dos habituais goblins montados. Segundo um dos batedores da senhorita Yaou, eles também parecem terem escondido armadilhas e preparado venenos.

O rostos de ninguém melhorou.

Compreensível, dentre os suprimentos que temos, vários são remédios a base ervas da Provação, oque garante uma eficácia sobrenatural. Além de frutas que recuperam a energia quase instantaneamente.

Porém ninguém trouxe nada contra venenos, geralmente aquele mordidos pelas cobras da floresta da Provação não sobrevivem por mais de 10 minutos.

E como elas quase ficam invisíveis nesse ambiente, fica difícil até para mim dizer onde uma está. Tem até um pedido de vários curandeiros locais e até da capital pedindo pela captura de uma das cobras vivas para estudos, e todos os pedidos são bem generosos com as recompensas.

Mas como eu disse, é quase impossível distinguir elas nesse ambiente.

Acho que o fato de nenhum de nos ter sido atacado por uma em todos esses meses é uma prova da nossa boa sorte. E nas raras vezes que isso quase aconteceu, eu conseguia dizer onde a cobra estava (geralmente encima da hora mas era melhor isso que ser picado) por pura sorte.

Mas obviamente nunca conseguimos capturar uma pela recompensa.

– Concerteza eles já esperavam por nós, talvez até escondendo vários deles na parte de trás da floresta, só pra contarmos errado seus numeros. Tsk truque barato.

Nosso cavaleiro errante disse com rispidez e raiva.

– Então como fazemos?. Nos já temos lutado contra os goblins já tem um tempo então sabemos como vencer eles. Mas uma vantagem de 4:1 não é uma boa perspectiva, ainda mais se tivermos que nos preocupar com armadilhas e venenos.

Senhora Yaou perguntou, enquanto afiava sua espada curvada favorita.

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